GANÂNCIA
Ganância é sempre querer mais,
além da necessidade, sem se importar se tal querer possa prejudicar alguém ou
fazer falta ao outro. O apego excessivo e descontrolado por bens materiais,
poder, fama, sucesso, é considerado um dos sete pecados capitais, pois o
ganancioso dá mais valor aquilo que pensa possuir do que a sua paz interior.
A ganância é um dos tentáculos do
egoísmo e prejudica, sobremaneira, àquele que sofre desse mal moral. Aliada à
inveja, esse vício causa sofrimento, pois traz a eterna insatisfação.
É natural e até aceitável que o
ser humano tenha em meta progredir na vida. Nada há de errado em querermos
bens, melhor qualidade de vida, mais conforto para as nossas famílias. Tudo
isso é saudável e deve mover o homem, desde que bem dosado. Porém, a ganância
em acumular riquezas , esquecendo de viver é um mal lamentável e doentio.
A pessoa gananciosa tem um
apetite voraz pelo ganho. Deseja ter, possuir cada vez mais, não importando os
meios utilizados para atingir os seus objetivos, sejam eles lícitos ou não.
Não se trata apenas de cobiçar o
dinheiro alheio, o braço poderoso da ganância se estende pelo poder, pela fama,
por verdadeiras fortunas em terras, gado, pedras preciosas, ações, etc.
Às vezes, a ambição do ganancioso
é obsessiva, não envolvendo nenhum valor, mas a cobiça pela fama conquistada
pelo outro, quando se trata de alguma celebridade ou um cargo de grande
prestígio em uma grande corporação. Não interessa ao ganancioso o prejuízo que
irá provocar para as pessoas ou para as empresas, provavelmente dirá que os
fins justificam os meios. Aqui falamos
de poder, fama, fortunas imensas, mas não é só no meio corporativo ou na vida
das celebridades e milionários que a ganância
se manifesta. No dia a dia de pessoas simples, em nosso cotidiano, temos
os gananciosos de plantão.
É fato que, desde todos os
tempos, o homem tem o seu caráter corrompido pela ganância, para comprovarmos
isso, basta observar a história da Humanidade. Em todas as épocas, percebe-se
que a ganância sempre dominou o ser humano e, até hoje , este é corrompido pelo
desejo desenfreado de dinheiro e poder.
Verdadeiras atrocidades são
cometidas, em nome da ganância, afetando muitas vidas indefesas ante a fúria
que transforma homens em bestas humanas.
A desigualdade social comprova
esses excessos humanos. Completude, contentamento, mentes equilibradas parecem
inexistirem nesse cenário de horrores em que se transformou o mundo.
Estamos cercados pela ganância de
poder, de bens materiais, status; mede-se o valor da pessoa pelo que ela tem.
Com isso, a ganância atropela os valores morais, corrompe, seduz, desnorteia. E
os valores que tornam o ser mais humano vão sendo esquecidos.
Por que não ter ganância para
oferecer mais alegria a quem convive conosco? Para fazer um trabalho de
qualidade, generoso, sem ansiar pelas recompensas materiais? Por que tudo deve
ter um bônus? Há ganância pelos melhores lugares, desde um simples banco de
escola até a mais elevada posição no emprego, mas não há quando se trata de
solidariedade, de fazer o bem, de oferecer conforto ao coração. Estamos num tempo de “cada
um que corra atrás”. E a corrida é disputada; os mais frágeis são atropelados.
A ganância atropela a sensibilidade, esquece a simplicidade e desconhece a
humildade e a gratidão.
A beleza da vida não está no ouro
que brilha nas joias e atraem os ladrões. Mas, na joia da amizade verdadeira,
que aquece os corações; na paz do lar humilde, onde o amor e o respeito impera,
na sensibilidade de apreciar as pequenas belezas da vida, como o canto de um
pássaro, o colorido da borboleta que beija a flor do campo, ou o sorriso de uma
criança a brincar.
Ganância... Não traz paz, nem
felicidade. Simplicidade é o melhor caminho.
(Texto a cinco mãos pelas
escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e
Vólia Loureiro)
Acho razoável que as pessoas almejem alcançar determinadas conquistas materiais na vida, considerando que a felicidade para alguns está revestida de todo esse simbolismo. Uma maneira de achar que somente serão felizes se alcançarem as suas ambiciosas metas.Muito provavelmente, se isso acontecer, continuarão perseverando por algo mais indefinidamente, embora ocorram exceções. Dizer que também não possuo ambições seria faltar com a verdade. Lógico que aprecio um carrão, uma mansão, um dinheirão e mesmo um mulherão, mas sei que administrá-los daria um trabalhão. Por isso, acho que posso viver satisfatoriamente sem eles, ou quase (ninguém é de ferro). Mas os meus desejos são restritos ao bem estar afetivo dos familiares que me cercam e dos poucos, mas selecionados, amigos, além dos benefícios materiais que me proporcionem uma vida confortável, porém sem exageros. Também me dou ao luxo de fazer doações aos grupos menos favorecidos, minimizando assim as suas carências materiais. Afinal, não vou levar nada comigo quando partir desta para outra dimensão (espero que para melhor). Claro que aproveito cada tostão para viver bem a vida, mas sempre sem nenhuma ostentação.A corrida desenfreada pela plena realização pessoal, em alguns casos, é considerada como uma patologia psicológica, já que traduz a contínua insatisfação de certos indivíduos, ao motivá-los à procura de algo que, às vezes, nem mesmo sabem ao certo o que possa ser. Um inconformismo que possui várias vertentes, e cada uma mais escabrosa do que a outra. Os tempos atuais são uma prova inconteste desta assertiva, eis que os indivíduos perderam o humanismo e vivem em função do supérfluo, ao valorizarem somente a beleza, os bens materiais e o dinheiro, não necessariamente nesta ordem.
ResponderExcluirHá muita gente gananciosa por aí, infelizmente. Conheço algumas e observo de longe como sofrem...
ResponderExcluirAchei maravilhoso o texto de vocês. Parabéns e sucesso a todas. Beijos!
Lígia Beltrão