segunda-feira, 27 de abril de 2015

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - VÍCIOS E MANIAS



VÍCIOS E MANIAS

Quando falamos de vícios e manias sempre nos lembramos daqueles hábitos repetitivos ou defeitos, alguns inocentes, outros, prejudiciais. Alguns denotam a inferioridade moral da pessoa.
Os vícios, normalmente, são associados à má conduta. São prejudiciais, sejam quais forem, pois aprisionam. Passam a reger a vontade humana e o viciado se torna refém do vício. Álcool, fumo, drogas, jogo, são os sinônimos de vícios. Tudo o que gera excesso e existe constância é uma forma de prisão. Ninguém, porém, lembra-se de associar o gosto extremo por uma coisa boa como vício. Por exemplo, o gosto por futebol, música, livros, etc. Geralmente, coisas boas, são associadas à paixão. Se alguém é um leitor compulsivo, dizem que esse alguém é “apaixonado por leitura”, nunca que tem o “vício da leitura”.
Pessoas adquirem as mais variadas e inimagináveis manias... Pequenos vícios, grandes manias, temos de tudo um pouco. São aqueles pequenos hábitos, coisas que fazemos quase sem percebermos, quase que de forma automática e que não conseguimos evitar fazer.
Moralmente falando, o ser humano deve lutar contra os vícios, libertando-se destes, tornamo-nos mais senhores de nós mesmos, pois os vícios nos tornam escravos.
Mania de limpeza, de roer as unhas, de lavar as mãos constantemente... Mania de mexer no cabelo, fazer anéis ou enrolar e puxar os fios, mania de assistir aos mesmos filmes diversas vezes e chorar todas as vezes que assiste, trejeitos faciais, mania de entrar e sair sempre pela mesma porta, de começar a andar dando o primeiro passo sempre com o mesmo pé (geralmente o direito), falar sozinha... São tantas manias!
Normalmente, pequenos vícios e manias fazem parte de nossa personalidade. Algumas vezes são considerados chatos, inconvenientes ou também podem ser considerados charmosos. Tudo depende do ponto de vista.
Manias são mais leves, são, a princípio, pequenos hábitos ou costumes que parecem inofensivos, e geralmente o são, porém, algumas vezes, as manias viram vícios, passam a dominar e escravizar a vida da pessoa e aí vira doença.
As manias podem dificultar a convivência com os outros, pois algumas são irritantes e chegam a ser patológicas. Aliás, manias podem significar doença: O TOC.
O TOC ou Transtorno Obsessivo Compulsivo é um transtorno mental que deve ser tratado, pois traz muitos problemas a quem o tem.  Chega a paralisar a vida, podendo levar posteriormente a quadros graves de depressão.
Algumas manias são engraçadas, mas, para quem as tem, pode ser algo muito desagradável. O fato é que toda pessoa tem as suas idiossincrasias e todos nós devemos respeitar; tentar conviver e, quando possível e necessário, ajudar a quem sofre com os vícios e manias a se curar deles.


“Cada um de nós é um universo...” Para adentrar no universo interno de qualquer ser humano, é preciso desenvolver a sabedoria... -  Raul Seixas.

(Texto a cinco mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette, Vólia Loureiro)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - CORRUPÇÃO O CRIME SEM FACE




CORRUPÇÃO O CRIME SEM FACE

Corrupção significa adulteração das características de alguma coisa, de algo. É uma demonstração do egoísmo humano e da falta de educação moral da sociedade, pois o corrupto se coloca acima da lei e das pessoas, considerando que seus direitos preponderam sobre o dos demais e que não tem deveres a cumprir tal qual os demais.
Câncer social , contagioso e com alto poder de destruição, desde que o mundo é mundo, sempre houve aquele “jeitinho”, ou seja, troca de favores, influência, prestígio e favorecimento próprio.
A tentação de corromper e de aceitar corrupção é algo que está intrínseco em nossa personalidade. Sempre procuramos o caminho mais fácil, a porta larga, e, por conta disso, corrompemos e somos corrompidos.
Começa cedo, dentro do lar, desde pequenos temos ligação com a corrupção. Faça-me isso que te dou aquilo... Genitores permitem a barganha entre irmãos.  Como pais, muitas vezes, oferecemos prêmios ou facilidades aos nossos filhos, mediante tal ou qual comportamento ou ação que estes realizem.  Com esse tipo de comportamento ensinamos aos filhos a desprezar o dever e observar o  “é dando que se recebe”, premissa básica da corrupção. É uma prática encravada na nossa história e de difícil combate. A falta de ética e integridade moral promove a sua propagação.
Lendo e relendo a história do nosso país, encontramos a corrupção em cada capítulo, nos mais diversos setores da política e em todo serviço público em parceria com o privado. Nos últimos tempos, não há um dia sequer que, ao ligarmos a TV ou abrirmos um jornal, não nos  deparemos com uma notícia relacionada à corrupção no Brasil. Culpam-se os políticos e com as razões expostas pelas CPIs... Não dá para ser diferente. Porém, importa lembrarmos que o corrupto nasce no meio do povo que aceita pequenos favores em troca de coisas que julgam inofensivas.  O mais triste é constatarmos que a corrupção tornou-se uma cultura: A chamada “Lei de Gérson”, aquela que diz que “brasileiro deve levar vantagem em tudo”, no governo, em qualquer setor público, se estendendo a qualquer repartição onde o acesso ao dinheiro, ao poder, facilita essa doença. Sim, porque esta se tornou uma doença quase incurável, contagiosa, sem distinção de classe e educação.
 Um só deve ser o caráter do homem, e uma só a sua conduta moral.
Falar isso aqui no Brasil parece utopia, infelizmente, e daremos um exemplo claro disso: Um senhor que trabalhava na faxina, no aeroporto, achou e devolveu uma mala recheada de dólares. Dinheiro que daria para lhe garantir uma boa aposentadoria e qualidade de vida nunca imaginada. Pronto! Virou manchete nos principais jornais e TVs de todo país. Isso caracteriza uma inversão total de valores. Sem demérito ao gesto do referido senhor, pois devolver o que não nos pertence deveria ser visto por todos como uma obrigação, uma regra, e não como fato extraordinário, motivo de louvor.
É preciso que haja uma mudança na mentalidade do nosso país. É preciso que as pessoas voltem a acreditar nos valores, na honestidade, no dever moral.  A mudança, porém, parece estar ainda muito longe de acontecer. Ensinar esses valores aos jovens vem se tornando cada vez mais difícil, pois exemplos contrários são mostrados a toda hora pelo nosso Congresso Nacional, que espalha o mau exemplo e, pela impunidade, a certeza aterrorizante de que o crime compensa.
 A cada eleição vemos os políticos se digladiarem em verdadeiras batalhas em busca de cargos, vantagens e altos salários no serviço público.  A iniciativa privada que “pagou” a campanha política do candidato cobra, com altos juros, as vantagens prometidas.
 De algum tempo para cá as coisas se degeneraram a tal ponto de que já nem nos assustamos mais, quando são noticiados rombos gigantescos em órgãos públicos. A população já discute hoje qual será o próximo escândalo. Já não nos causa estranheza ver sorrisos hipócritas justificando os prejuízos que afetam a vida de milhares de pessoas que nem sequer têm a noção da gravidade do que acontece. Já não nos assustamos mais com as quantias fabulosas roubadas, ceifando a saúde, a educação, a vida. A corrupção é um verme resistente à moral, aos princípios, à dignidade, à fraternidade, ao respeito e ao amor entre os homens.
Como pode alguém viver em paz depois que desvia milhões de reais da saúde pública que, agora mesmo, agoniza nos leitos do SUS sem recursos? Da educação que nada tem a oferecer e que conta com o suor de professores abnegados, idealistas, heróis de uma guerra desigual? Da segurança que condena crianças inocentes a morrerem vítimas de bala perdida, resultado da guerra civil instalada em nosso País, onde o tráfico de drogas e o crime organizado vêm vencendo e nos tornando reféns de uma polícia despreparada e sem recursos, que também sucumbe à corrupção e de outro lado o crime organizado, os grandes traficantes, que estão infiltrados nos mais altos escalões do governo, em todos os níveis? Esse é o saldo da corrupção cheia de metástases, espalhando morte aos filhos da pátria sem mãe...
É um problema sério e de difícil solução, pois as pessoas mais simples não são educadas a verem os políticos como servidores públicos, pagos com seu suado dinheiro, mas como privilegiados que podem tudo. É preciso que se acabe com essa visão paternalista e que a corrupção seja duramente punida. É importante que, com a arma do voto, alijemos da política todos os que estão nela sem que o ideal de ajuda e progresso do país seja o seu objetivo. O Congresso Nacional é o espelho do povo brasileiro. Se lutássemos mais por educação e cultura, teríamos mais discernimento na hora da escolha dos nossos governantes.

 É muito triste ver o nosso país na situação atual, de paciente sem tratamento. Precisamos levar o nosso país para a “UTI moral”, livrá-lo das mãos de políticos corruptos e fisiologistas. Não devemos considerar utópico esse pensamento, podemos e devemos lutar, ter a consciência de que começa, por cada um de nós, o combate à corrupção. O Brasil somos nós, cidadãos. A boa conduta social e o comportamento correto diante dos fatos, buscando não corromper e não ser corrompido, é que fará do Brasil, um país mais justo e belo. E assim, o sonho de uma nação que abre os braços para os seus filhos, que os acolhe com amor, justiça e igualdade será uma realidade, independente de salvadores da pátria, de políticos e partidos populistas que enganam o povo. O poder é nosso, basta que tenhamos consciência disso!
(Texto a cinco mãos das escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - INTIMIDADE

INTIMIDADE

São os nossos segredos do corpo e da mente.  Segredos nunca revelados, tão íntimos que o espelho jamais refletiu.É a nossa alma, desnuda, revelada. Aquilo que nos é mais genuíno... São valores, hábitos, segredos, medos, histórias, comportamentos. Uma cornucópia de coisas que compõem nosso ser.Nem sempre conseguimos partilhar a nossa intimidade, nem sempre queremos ou podemos nos dar a conhecer. Vamos nos revelando aos poucos, como a madrugada revela o dia.
Pode-se confundir com privacidade... E, algumas vezes, até com medo de se mostrar ou mostrar o corpo.  Intimidade é o nosso íntimo que não permite invasões, revelamos o que nos convém, seja do corpo ou da mente.Pode ser positiva quando respeita a liberdade individual, mas quando é exagerada corre-se o risco de se tornar invasiva e inconveniente.
Intimidade é o direito legitimo de todo ser humano a estar só, consigo mesmo.No que tange ao amor, às relações a dois, ela é fundamental. Intimidade dividida pelas secretas trocas de afeto, que só entre as paredes da vida são reveladas.O casal entenderá que a intimidade é mais do que sexo,pois, envolve compromissos mútuos com o seu parceiro. Se cada um disser o que realmente sente e precisa, e, sobretudo, agir de forma transparente e clara, o relacionamento íntimo com certeza irá melhorar sobremaneira.

A intimidade entre duas pessoas revela o nível de confiança e de sintonia entre elas. Há casais que vivem uma vida inteira e não se conhecem, pouco sabem um do outro. Os desejos mais íntimos, a vontade de saber, ter ou querer...

A falta de intimidade destrói qualquer relacionamento. Isso porque muitos casais não vivem essa sensação íntima. O que vem a ser uma enorme pena, porque, dentro de um relacionamento, deve haver intimidade e sempre a verdade.
A técnica para melhorar a intimidade é você se permitir e mudar a dinâmica. Você entender que seu relacionamento físico precisa ser importante principalmente para si.

Em outros casos, podemos ter intimidade com pessoas estranhas, sem nenhum pudor, tanto no que se refere ao corpo , quanto a mente.Há outras pessoas que têm tão grande intimidade entre si, que sabem do estado de espírito do outro, bastando para isso um simples olhar. A intimidade gera cumplicidade e é capaz de nos fazer ler o pensamento do outro.Intimidade é o riso partilhado no silêncio de um olhar que diz sem palavras.
Em outro ângulo, falemos da intimidade do toque. A possibilidade de desvendar, explorar, conhecer. Descobrir o que desperta sensações de prazer, de bem estar. Intimidade que conduz  vibrações gratificantes ao corpo e à alma, sem tabus, sem barreiras. Como é difícil para muitos, suster intimidade, se permitir ir além, se desnudar, se expor!  Algumas pessoas não conseguem dar um beijo em público. Nem um beijo fraterno, como se esse ato mais íntimo fosse violar certos valores. E entre quatro paredes, talvez não consigam apreciar sua própria nudez. Outras se revelam sem inibição. A intimidade se cerca de moral e preconceitos. Algumas culturas trancafiam-na a sete chaves. Qualquer manifestação da mesma é considerada quase uma ofensa. Em outras, é tão natural, que tende a chocar a maioria. Mas, o que permitimos a nós mesmos? O que barramos e o que libertamos de nossa intimidade? O que nos faz bem, mas negamos a nós mesmos por tabu ou por medo de nos mostrarmos e sermos mal compreendidos?
Enfim, que cada um de nós tenha a liberdade de se mostrar ou esconder e que a intimidade seja respeitada, vivida e, sobretudo, apreciada, para que a vida tenha sempre encanto e magia.

“A intimidade pessoal demarca uma área privada que exige tolerância e respeito. É um espaço físico,emocional e intelectual que só pertence a mim. Nem tudo precisa ser revelado. Todo mundo deve cultivar um jardim secreto.”
(Texto a cinco mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)