quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - CUMPLICIDADE



CUMPLICIDADE

É um entendimento forte e especial entre duas ou mais pessoas, pode acontecer entre casais, família, amigos, colegas de trabalho... É uma concordância de pensamentos, atitudes e comportamentos.  Cumplicidade é companheirismo levado ao extremo. É entender o que diz um olhar, sem necessidade de palavras. É decifrar os pequenos gestos, as atitudes mais simples, as poucas palavras...
Cumplicidade é, às vezes, não necessitar de justificativas, de razões, de pedidos. Quando ela existe, o coração entende. Ser cúmplice é andar sempre olhando na mesma direção, partilhando sonhos, conquistas e dores. Ser amigo na felicidade é fácil, suportar o choro por um dia é possível, caminhar juntos uma vida inteira, sabendo que a vida passa veloz como o tempo, e que não volta mais é escolha... Aí entra a bendita cumplicidade, aquela que, sendo amor e amiga, chora e sente sua dor. A mesma que, em outro momento, sorri e compartilha da sua ascensão e conquistas, sem delas tirar proveito.
É uma palavra forte, aquele sentimento de que você pode contar com o outro em qualquer circunstância. Ela é prova de sintonia. Falar em cumplicidade é falar em aceitação plena, em concordância mútua. É uma atitude que pode ser bela quando por causa dela somos capazes de acolher e seguir a pessoa a quem devotamos amor, amizade, mesmo que isso possa nos trazer desconforto ou sofrimento.
 Relacionamentos cúmplices caminham em uma mesma direção, ainda que façam curvas diferentes, descubram trilhas diversas, se enveredem por atalhos paralelos. Mas estarão juntos, focados num objetivo comum, seguindo uma mesma luz! Cúmplices  não estabelecem regras, apenas vivenciam os acontecimentos lado a lado. Almas que se falam, se tocam numa melodia divina, são cúmplices além da vida.
Quando falta a cumplicidade, seja entre casais, equipes de trabalho, entre amigos, numa esquina qualquer, os trilhos mudam de rumo, os laços se desfazem, os passos perdem o sentido, o olhar se desvia.  Ela é formada por sentimentos, valores, acontecimentos, sorrisos, e choros, que serão parte de todo momento partilhado. Porém, é preciso que o amor não nos deixe cegos e que, por conta da cumplicidade, aceitemos situação ou coisas que vão de encontro com os nossos valores, porque isso deixa de ser cumplicidade e passa a ser subserviência.
Em outra situação a cumplicidade, como tudo na vida, tem o seu lado ruim: podemos ser cúmplices de atitudes não recomendadas e até mesmo criminosas. Ser conivente com o erro do outro, ou apenas fechar os olhos para as coisas erradas, nos torna coautor do ato indevido. Às vezes, no nosso dia a dia, por covardia, comodismo, fechamos os olhos para as coisas erradas, vemos o erro, mas para não nos envolvermos, simplesmente o ignoramos. Isso também é uma forma de cumplicidade, a conivência com o erro. Essa postura pode nos levar a lamentar no futuro. Não precisamos nos envolver com o mal, mas devemos ter atitude diante das coisas erradas, principalmente quando envolve prejuízo para as demais pessoas, seja físico ou moral.  Cumplicidade é ter atitude!!!

“Há entre nós algo melhor que um amor: uma cumplicidade.

Margaret Youcenar 

(Texto a cinco mãos escrito por Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O ÚLTIMO OLHAR


O ÚLTIMO OLHAR


Não há como esquecer,
O teu último olhar.
Foi como o último raio do Sol,
Em minha alma a se apagar.

O que me disse aquele último olhar...
Sabia que era adeus,
Teus lábios prometeram-me um volto logo,
Mas os olhos prometiam despedida.

E o meu coração guardou a dor,
E a memória gravou na alma,
Aquele último momento de amor.
Ficou apenas em meus olhos o teu olhar.

Aquele último olhar,
O crepúsculo de saudades,
O último canto do bem-te-vi.
E entre mim e ti, agora,

Um intransponível oceano de saudades.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS -AS DIFERENTES LENTES DA VIDA



AS DIFERENTES LENTES DA VIDA


Que mundo fascinante é esse que vivemos! Tanto o que ver, sentir, aprender! A vida é algo complexo, a visão que temos desta é o resultado de um conjunto de fatores que forma a lente pela qual a vemos.
Sob olhares diferentes, a vida se define de formas distintas. Quando abrimos a janela de manhã, o dia terá a cor que der o nosso olhar; ainda que o Sol esteja maravilhoso, poderemos ver nuvens negras encobrindo o céu; mesmo que caia uma tempestade, encontraremos o céu azul sobre a chuva pesada. Tudo dependerá do prisma com que vemos a vida.
As situações do nosso cotidiano podem ter múltiplas interpretações. Depende de como nós olhamos os fatos ou acontecimentos. Sabemos que cada ser humano é único e que seu caráter dependerá muito da educação e ensinamentos que recebeu. Suas vivências determinarão a capacidade para discernir e fazer as escolhas da vida.
Interessante pensarmos como cada um vê a vida e seus acontecimentos. Um mesmo fato, uma mesma coisa, pode despertar interpretações e sentimentos completamente diferentes nas pessoas que o vivencia.  Depende da nossa maturidade, sensatez, sabedoria e entendimento para  darmos a verdadeira dimensão de tudo o que nos acontece. Um só caminho trilhado e muitas diferenças quanto a forma de trilhar. Um mesmo comportamento ganha interpretações variadas ao longo da nossa vida. O que consideramos tão importante aos 18 anos, pode sequer ser considerado aos 30. O que para alguém é banal, para outro é imprescindível. Uma história lida pode gerar diferentes interpretações, dependendo da forma com que esta mexe com os nossos conteúdos emocionais e psicológicos. Cada um vê a mesma a coisa sob prismas diferentes. São olhos que filmando a vida, fazem dela uma interpretação singular.
Depende da educação que recebemos, como nos comportamos, no que acreditamos e, mais importante, do meio em que vivemos. Todos os aspectos devem ser levados em conta no momento de avaliar um acontecimento ou um gesto comum do dia a dia.
Somos seres complexos, embora falemos a mesma língua, muitas vezes, parece que falamos idiomas diferentes, formamos tribos diferentes. É aí que entra o respeito à individualidade de cada um; a liberdade de escolha e de opinião, de preferência. Partindo desse ponto, compreendemos que depende de nós escolhermos ficar em paz ou nos fechar ao que há de mais belo. Dizem que a felicidade plena não é desse mundo, então, vamos olhar pela lente do Bem e fazer que os momentos vividos atinjam sempre resultados positivos para todos nós.  O respeito à diferença e a tolerância é a melhor escolha para a felicidade. E você o que escolhe? Com que lente você prefere ver a sua vida?

“ Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsável pelo que cativou, não suporto falsidade e mentira, a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna. Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com intensidade. Perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve e a vida é muito para ser insignificante. Eu faço e abuso da felicidade e não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos.”
Charles Chaplin

(Texto a cinco mãos escrito por Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)

sábado, 7 de fevereiro de 2015

BALÉ DO AMOR



BALÉ DO AMOR

Vólia Loureiro do Amaral Lima


Vejo pipas coloridas,
Que voam descontraídas,
Brincando no céu azul.
Adiante, nuvens brancas,
Quais mansos carneiros,
Deslizam no macio azul,
E têm para si, o dia inteiro.


Eu também voo com elas,
E meu pensamento desliza,
Acompanha a mansa brisa,
Da tarde quente e morosa.
A doçura do instante,
Traz uma preguiça gostosa.

As pipas dançam pelo céu,
O seu balé ritmado,
Meu coração pensa em ti,
E bate descompassado.
No céu, o Sol se despede,
Fala de um sonho terminado.

Queria fôssemos as alegres pipas,
E, juntos, pudéssemos bailar,
Voando no céu dos desejos,
E entre sonhos e beijos
Um pleno amor realizar.

Mas, cai a noite,
E o sonho se esconde,
Por trás do manto de estrelas,
As pipas fogem no céu negro,
E voltam aos abrigos dos medos.

Só resta espera o amanhã,
E deixar nova brisa soprar,
Talvez, as coloridas pipas voltem,
E, voltando das estrelas,
Eu possa voltar a sonhar.


20/01/2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - HOMEM E MULHER, UNIVERSOS DIFERENTES?



HOMEM E MULHER, UNIVERSOS DIFERENTES?

Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, já determina o escritor norte americano John Gray. Na obra de mesmo título, o autor enumera as diferenças existentes entre homens e mulheres e como essas diferenças são responsáveis pelos conflitos existentes entre os casais. Determina também de que forma podemos conviver bem com essas diferenças.
É certo que existem diferenças: morfológicas, fisiológicas, psicológicas e comportamentais, porém, será que podemos generalizar a ponto de se dizer que seríamos de universos diferentes? Seriam essas diferenças realmente responsáveis pelos conflitos entre os casais?
O comportamento de cada pessoa é algo individual, fruto da educação, da cultura, da vivência, das predisposições psicológicas, etc.
A mulher é criada para gerar vida, é em sua natureza a sensibilidade que grita; o romantismo que fala; a chama que conquista. Desde pequenina sabe-se ser ela o ventre que abrigará a vida futura. Mulheres foram feitas para serem cuidadas. Esse cuidado quer dizer: ser tratada com delicadeza, gentileza. As mulheres devem conversar sobre filhos, beleza, problemas domésticos, coisas do universo feminino. Gostamos de nos sentir especiais! A mulher nunca perde o seu lado frágil, o que nos torna tão encantadoras, porém não se confunda a fragilidade com fraqueza. Esse é o comportamento esperado para a mulher e desempenhado pela maioria delas.
O homem é criado para ser o chefe de família, aquele que domina e decide.  Homens devem ser práticos, racionais, pouco emotivos, ligados a esportes, conquistadores, e sexualmente ativos. Conversam sobre conquistas, esportes, finanças, política, etc. Esse é o comportamento esperado para o homem e também desempenhado pela maioria.
Porém, muitos homens e mulheres fogem à regra. Encontramos homens sensíveis, pouco práticos, românticos, tímidos na conquista, ligados aos filhos. Ótimos cuidadores.  E também mulheres com o comportamento esperado para o sexo masculino: líderes, práticas, pouco românticas, inclusive mulheres que não desejam ser mães. E isso nada tem a ver com a orientação sexual dessas pessoas. Então, será que somos tão diferentes assim? Ou nos moldamos e sujeitamos a desempenhar os papeis que a sociedade espera de nós?
A força e a aparente prepotência do macho, na maioria dos casos não passa de aparência, porque a sociedade arcaica assim o deseja. O preconceito e o machismo estão encravados na sociedade. É transmitido de geração a geração. Em algumas famílias, o machismo é mais evidenciado entre as mulheres, que não aceitam a liberdade de homens e mulheres nos dias atuais.
A diferença, na verdade, existe, mas não é uma coisa inata e sim cultural. Psicologicamente e espiritualmente somos semelhantes. A educação, as crenças e os papéis que somos obrigados a desempenhar como homens e mulheres, nos são ensinados, incutidos pela cultura da época, por preconceitos, crenças, etc.
Somos todos iguais, mesmo em universos diferentes. Sim! Parece loucura, mas não é! Agimos pela emoção, em busca de espaço nesse mundo tão desigual. Buscamos algo em comum, percebemos a diferença, mas estamos ligados pela emoção. Isso não há como contestar. Não podemos falar de diferenças entre homens e mulheres, porque as marcas são outras... Não é o gênero, é a tradição e o preconceito.
Homens e mulheres, seres distintos fisicamente, mas semelhantes na capacidade de amar, de compreender a vida e de se completarem. Cada um de nos carrega dentro de si, o lado masculino e o feminino, o Yang e o Yin , o ânimus e a ânima, que se sobressai em nossa personalidade, dependendo das nossas necessidades evolutivas.
Homens e mulheres, universos diferentes, porém interligados, nunca adversários ou competidores, mas parceiros no amor e na construção de um mundo melhor.

"A mulher deve ser meiga, companheira do marido, tanto na alegria como na tristeza. O homem deve ser amigo da mulher e, no seu amor, deve respeitar sua alma e seu corpo como sagrados que são." (Mahatma Gandhi)

(Texto a cinco mãos pelas escritoras: Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)