quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - NOSSOS FILHOS



NOSSOS FILHOS

“Filhos, melhor não tê-los... Mas, se não os temos, como sabê-lo?” Diz o grande poeta Vinícius de Morais. Perdoe-nos, poetinha, mas, dessa vez, discordaremos em gênero, número e grau, dessa sua afirmativa. Algumas pessoas podem até concordar com essa visão, mas filhos são seres especiais. Aqui vai a opinião de cinco mulheres, mães, que amam os seus filhos.

É um amor incondicional para toda vida. Filho é continuar a existir, não apenas pela tradição da família, mas pelas células que o nosso corpo doa para a formação e o crescimento do feto.  É parte do nosso corpo, das nossas células  e, principalmente, do nosso coração. É uma parte de nós que se perpetua, que, de certa forma, nos tornam imortais. Sim, através deles, dos filhos que terão, dos netos que nos darão, dos bisnetos, etc. Deixaremos a nossa marca, nosso rastro.

São dádivas e os chamamos  de “nosso milagre”, sabemos que Deus nos emprestam os filhos para que deles cuidemos, então, são dádivas! Será possível imaginar a emoção que é a de gerar e gestar por nove meses uma criança no ventre? E depois, parir uma criança pequenina, indefesa, que precisa de você para tudo. O nosso corpo se transforma para gerar e gestar esse filho, conseguimos produzir o alimento deste. Por algum tempo, a mãe é o universo do filho. A gestação é um milagre maravilhoso. Duas células se unem e se dividem em progressão geométrica: 2, 4,16,256,...milhões. As células se diferenciam em diversos tipo: pele, cabelo, unha, célula de tecido ocular, musculares, gástricas, nervosas, sanguíneas, hepáticas, cardíacas, etc. Que milagre é esse? Nove meses depois, nasce aquela criaturinha frágil, dependente, que faz a nossa vida mudar, o nosso coração se amolentar de tanto amor. E, por eles, somos capazes de tudo, viramos verdadeiras leoas, por eles, somos capazes de enfrentar o mundo.

Gerar, amar e educar. Com a maternidade descobrimos que o amor não é apenas uma palavra bonita. É intenso, incondicional, inexplicável.  Não dá para dizer que somos as mesmas, depois da maternidade, esta, é um divisor de águas para sempre. Aprendemos a dar mais valor à vida, a sermos melhores, mais responsáveis, pois, a nós é concedida a tarefa mais importante da vida.

Ver os filhos crescerem, observar-lhes os caminhos, nos motiva a seguir. Nessa fase, começamos como simples alunos e, definitivamente, nunca nos formaremos doutores, estaremos sempre aprendendo. Descobrimo-nos um pouco, todos os dias, enquanto vamos direcionando-os no caminho, que acreditamos ser o mais certo. Todo cuidado é bem-vindo, é deleite e ternura.  Vamos nos conhecendo e preenchendo espaços vagos, dando sentido aos nossos dias, às nossas razões, sobretudo quando seguramos às suas mãos e apontamos-lhes os caminhos, não impondo a nossa vontade, mas, sim, por amor a eles.

 Nossos filhos são risos que formam nossas linhas de expressão, nossos risos sem motivo aparente. Apenas por existirem. São também os nossos  choros e nossos medos, pois tememos por eles. Sofremos quando eles sofrem, sentimos suas dores físicas e suas lágrimas transpassam a nossa alma; também vamos aos céus com suas as alegrias e recompensas.

Depois, no entardecer da vida, esperamos receber dos filhos, os cuidados e carinhos que a eles dispensamos um dia, completa-se assim, o ciclo da vida. E tudo recomeça com a chegada de um amor ainda mais terno, o dos netos. Aí serão nossos pequeninos de ontem a embalarem o berço de hoje.
Filhos são criaturas preciosas à alma, único elo entre Deus e o homem. O amor de mãe é o que mais se aproxima na Terra, ao amor de Deus por nós.

Filhos, gestados no ventre ou no coração, são filhos para sempre! São a definição de amor incondicional e único. Diferente de todos os amores, pois definem o amor mais puro.
Ser mãe é nunca estar só, sempre teremos a quem amar e que também nos ama, independente de estarmos lindas ou não.

Uma coisa importante, que não deve ser esquecida: Não somos donos dos nossos filhos, criamo-los para o mundo, apesar de  terem nascido das nossas células, terem mamado o nosso leite, não são nossos. São do mundo, têm personalidades próprias, não são extensões de nós. E a única coisa que podemos fazer é amá-los incondicionalmente e vê-los partir, para que cada um conquiste o seu lugar no mundo. E que eles saibam que terão para quem voltar, sempre que precisarem, enquanto nós estivermos caminhando nesse mundo.
Um filho é insubstituível é amor para a eternidade!

“Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.”
Gibran Khalil Gibran      
Texto a cinco mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro

4 comentários:

  1. PARABÉNS PRINCESAS!!
    MAIS UMA VEZ VOCÊS SE SUPERARAM
    MAIS UM BELÍSSIMO TEXTO

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  2. Obrigada Sandra Rebelo!
    Você é parte de tudo isso amiga, sempre presente!
    Beijos...
    Suely Sette e Princesas do Castelo

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  3. Eu tenho bons companheiros que sempre estão à disposição, sendo indivíduos maneiros que amo com devoção, pois são prestativos e amigáveis e fazem que me sinta à vontade, em razão de serem seres agradáveis e a quem devoto grande amizade.
    Jamais causaram desapontamento e a convivência é pacifica, gerando frutos a todo momento essa camaradagem específica. São pessoas muito importantes e com eles tudo compartilho.
    E orgulhoso digo a todo instante ... esses são os meus filhos.

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  4. Recentemente levamos nossa filha à sua nova residência. Um pequeno apartamento situado em Copacabana, que mesmo sendo menor que o anterior em que morava, está situado em área nobre da cidade, com um variado comércio e a praia bem pertinho. Sempre achamos que ter os filhos ao nosso lado é reconfortante, pois transmite paz e união familiar. Mas não podemos ser egoístas a ponto de não querer aceitar as mudanças que acontecem nos relacionamentos entre pais e filhos. Um dia eles criam asas e viajam pelo mundo sem que possamos fazer nada a respeito. Afinal, antes de os gerarmos sabíamos que em determinado momento nos deixariam e alçariam altos voos à procura de seus ideais de vida. Mas sempre nos agarramos ao conceito de que estarão permanentemente debaixo de nossas asas protetoras e protegidos de qualquer perigo. Uma forma egocêntrica, mas que retrata os cuidados que lhes dispensamos durante todos os dias, vividos exclusivamente com o objetivo de proporcionar-lhes o que de melhor estiver ao nosso alcance.
    De repente, demos conta de que nem sempre é assim que funciona, pois naquele instante em que a deixamos na porta do seu novo lar, a “ficha” caiu e revelou a verdade que quase sempre fingimos não enxergar e aceitar. Estávamos diante de uma realidade: a nossa "garotinha”, já sendo mãe e não tão jovem, aprumava as asas para mais um voo solo à procura de quem a protegesse. Mas isso não nos provocou ciúmes. Ela precisava de um porto seguro em local diferente do existente em nosso lar. Neste, adquiriu o preparo que a capacitou a enfrentar o mundo, enquanto o próximo servirá como teste para que exercite a plenitude desse aprendizado. Ainda assim, ficamos desconfortáveis por não estar mais pertinho da gente, a exemplo do outro filho, também muito amado, e que reside a poucas quadras da casa em que moramos.
    E enquanto voltávamos calados ao nosso refúgio, situado num distante subúrbio, e imersos em profundos pensamentos, veio à mente uma frase que havíamos lido em algum lugar e que sintetizava o momento que estávamos passando:
    “O lar não é o lugar de se ficar, mas para onde voltar”.

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