terça-feira, 23 de setembro de 2014

ACOLHE-ME



ACOLHE-ME

Vólia Loureiro do Amaral Lima


Faz tempo que voo,
Em uma jornada longa e cansada,
E só encontrei terras áridas,
Que não souberam compreender
A minha poesia.

Até que encontrei uma árvore frondosa,
De bela copa, raízes fortes,
Feliz pensei em lá construir meu ninho,
Que abrigaria a minha poesia.

E por um tempo eu cantei,
E a poesia nascia feliz nas madrugadas
Vibrantes de alegria.
Belos tempos, belos dias.

Porém, o vento teve ciúme de tanta poesia,
E soprou forte, e tenta me tirar o abrigo,
Tenta me fazer perder o norte.

Só tu, árvore amiga,
És capaz de me salvar,
Acolhe-me em teu regaço,
E não me permitas derivar.

Sem a firmeza, dos teus galhos,
Sem a proteção da tua sombra amiga,
Serei mais uma ave perdida,
Que voa, de verão a verão.
Como ave de arribação.


(Todos os direitos reservados)

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